forked from metaimagem/palavra-contada
-
Notifications
You must be signed in to change notification settings - Fork 0
/
Copy path_LEIA.ME
70 lines (55 loc) · 5.57 KB
/
_LEIA.ME
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
Tem interesse pela expressão simbólica da informação como manifestações do tempo e espaço sociais.
Fez em Ciências Sociais pela UFRJ em 1997, onde aprendeu etnografia junto às organizações de vídeo comunitário e internet,
e como criador da interface e da digitalização do catálogo da Associação Brasileira de Vídeo Popular.
Fez mestrado em Comunicação, Imagem e Informação pela UFF em 2000, pesquisando o cotidiano de um grupo de adolescentes de vídeo
como produtores de tecnologia indenitária.
Trabalhou de 2001 a 2008 com tecnologias da informação para pesquisa e documentação na educação na Empresa Municipal de Multimeios
do Rio de Janeiro. Fez especialização em Gramática Gerativa e Estudos de Cognição no Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Foi consultor da Rede Nacional de Pesquisa em 2010, para diagnosticar o estado da arte da digitalização de acervos e
conteúdos nas instituições do sistema MinC. Concluiu em 2015 o doutorado em Linguística pela UFRJ
mostrando que há muitas formas de desenvolver o pensamento matemático.
A crença escolar no uso algoritmos como única forma imposta de resolução correta impede a percepção da matemática
como prática discursiva e socialmente diversa. Tal diversidade pode ser observada nos diversos sistemas numerais
linguisticamente documentados encontra-se presente também na português.
Projeto
O projeto como objetivo construir uma plataforma web aberta de aprendizado de matemática por meio da construção de narrativas.
O desafio central é perceber que a matemática é uma pratica cultural feita com e pela língua.
A princípio, serão sistematiza disponibilizados os resultados da pesquisa de doutorado em um banco de questões pré-determinadas. O objetivo deste banco é disponibilizar para consulta aberta na web exemplos de análises discursivas. Essas análises servirão como referência aos interessados na elaboração do pensamento discursivo como ferramenta linguística de aprendizagem matemática.
Minha história é a busca da união dos números e das palavras. Olhar os números e ver seu movimento na língua transformações.
Eu tenho uma formação hibrida e isso me deu pontos de vista distintos sobre um mesmo assunto.
Eu me dei conta que a matemática tinha que ser olhada como uma narrativa.
Um exemplo de como isso pode ser útil é aprender código.
Escrever código é a união de letras e números por meio de uma linguagem de programação.
Em 2008, após 10 anos trabalhando com mídia e educação tinha resolvido estudar novamente antropologia.
Fazia um ano que tinha conhecido a visualização de dados e etnomatemática, por isso escolhi estudar, então,
antropologia da educação.
Ao perceber que muitos povos tinham conhecimentos matemáticos avançados porque possuíam ferramentas simbólicas
que lhes possibilitavam tal conhecimento, resolvi estudar as interfaces digitais em contextos de aprendizagem
matemática por meio de seus símbolos. Softwares como o geogebra, de aprendizagem de geometria e similares eram o
foco da pesquisa.
Meu projeto foi recusado como antropológico pela CAPES. Após compreender que o que eu pesquisava então eram as
“visões de mundo” sobre a matemática culturalmente expressas em gráficos, fui estudar linguística.
Fui observando na língua como as pessoas pensavam a matemática.
Para isso, fui estudar a Olimpíada Brasileira de Matemática, a OBMEP,
que tem entre 18 e 20 milhões de estudantes há mais de 10 anos. Com a ajuda de professores de matemática,
tive como material as melhores notas obtidas e as provas para analisar como eram construídas linguisticamente as respostas.
Pesquisar a dificuldade de aprender português e matemática foi o que me fez pensar que é preciso pensar ferramentas
que auxiliem a diversidade de olhares sobre a matemática. O mito da matemática oposta, inversa à língua,
tem gerado o analfabetismo funcional, numérico e tecnológico.
Uma das formas de perceber a ligação dos números com a língua está no verbo contar. Pode-se contar histórias,
pode-se contar números. Em ambos os casos, há uma situação de estrutura, seja da narrativa seja da lógica, de descrever algo.
Assim, a união de duas disciplinas ensinadas tradicionalmente de modo separado pode ser pensada no aprendizado de matemática
como uma atividade própria de uso da língua, uma atividade exata, mas criativa.
Há estudos que mostram que a dificuldade que a maioria das pessoas têm com números é de natureza linguística:
nomes, verbos e adjetivos em matemática têm usos próprios e o significado destes muitas vezes
é diferente do usado nas aulas de português.
A etapa atual do projeto é criar uma plataforma online para que seja possível experimentar modelos de aprendizagem
que unifiquem o ensino de português e matemática a partir de uma prática de construção de narrativas.
Há ainda muitos pontos a serem pesquisados, entre eles, o código para implementar a plataforma.
As pessoas podem colaborar com código. Uma ideia inicial é usar bibliotecas gráficas (SVG, D3)
para produzir uma versão que inclua transformações dos problemas em de acordo com a narrativa desejada.
Em um cenário ideal, o projeto prevê um lugar aonde você pode inserir operações numéricas e construir
narrativas para entender como resolver o problema.
Ou vice versa, você tem um problema e pode decompor o enunciado em partes para efetuar as operações numéricas.
A visão maior do projeto é contribuir para a educação brasileira,
mas de forma mais ambiciosa para o modo como em geral se olha para as palavras e os números.